Olá, seja bem-vindo.
Este blog foi criado no dia 21 de Janeiro de 2010. Será um blog onde apenas publicarei sonetos, nada mais do que sonetos. Espero que os apreciadores deste estilo de poesia me visitem e comentem, façam críticas, para eu melhorar o que tiver de ser melhorado e me alegrar com o que estiver bem feito. Obrigada. FELIPA MONTEVERDE

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Loucura



Escrevo-te na noite… na alegria
Que a escuridão sempre me traz…
Em ti penso… depois de todo o dia
Iludindo o coração… que não tem paz…

Escrevo-te na noite… a fantasia
Desperta a lembrança que em mim jaz…
Iludo o coração… que não sabia
Que havia ilusões… nem sempre vãs…

Ao escrever-te, nesta noite escura,
Deponho o que sinto e o que padeço
Neste papel… confesso esta loucura

De te amar e querer a qualquer preço…
Que por um só carinho, um gesto de ternura
Vivo ansiando tanto… que enlouqueço…

Felipa Monteverde

Vagamente


Apaixonada… eu?! Francamente, talvez…
Ou não… sim… estarei… quem sabe…
Meu pensamento chora e tu não vês
Por fora só mostro felicidade…

Pedindo, interiormente, que me dês
A tua presença… a tua amizade…
Se apaixonada estou? Não sei, talvez…
Mas vagamente… sem ter muita vontade…

Não gosto de amar… amar alguém
É espada apontada ao nosso peito
Que nos trespassará o coração…

Por isso, não amo ninguém.
Mas vagamente… talvez… haverá jeito
De apaixonada estar. Ou talvez não…

Felipa Monteverde

Submissão


Submeto-me à vontade do destino
Que me trava o caminho e o andar.
Obedeço a um impulso do divino
Que não me deixa naufragar.

Submeto-me a este andar peregrino
Pela vida que percorro sem pensar;
Obedeço ao instinto e ao divino
Que guiam o meu caminhar.

Desconheço o porvir e o alimento
Obediência é a minha estrela-guia.
Nada busco, tudo nego ao pensamento

E ele me nega a vontade e a fantasia…
Submeto-me ao capricho de um momento,
Um instante que o futuro não previa.

Felipa Monteverde

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Duro punhal

Veio o tempo visitar-me, falar-me ao ouvido.
Ouvi... mas sem muita vontade...
Não me apetecia escutar a verdade
Sobre certas mágoas que na vida tenho tido...

Falou. O que me dizia eu ouvia p'la metade
Apesar de ele dizer que era tudo em bom sentido...
Mas deixar um coração assim ferido
Não pode ser tomado por bondade...

E falava... teimava em recordar-me
Todas as vezes em que me deixei
Iludir... por amor ou por paixão...

Falou-me de ti... assim a espetar-me
Mais um duro punhal... entre tantos que juntei
E que ainda guardo no meu coração...

Felipa Monteverde

Miragem

O barco passou. As águas que se abriram
Formaram a palavra e o poema, que eras tu.
Mais tarde recortadas, a frio e a olho nu
As águas esmagaram a palavra e a feriram.

Talvez que aos meus olhos nada digam...
Talvez que o poema ainda esteja cru...
A palavra e o poema no meu peito são tabu
Águas amansadas por uns olhos que as abrigam.

Era um poema, uma palavra... e depois era nada
Um barco que passou na madrugada
E ninguém deu por ele, não o viu...

Águas que se abriram à passagem
Deixaram perceber que era miragem
Esse barco em que jamais alguém partiu...

Felipa Monteverde

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finados


Dia de Fiéis Defuntos, daqueles que morreram
Na graça do Senhor e lá ficaram
Dia de recordar como eles eram
Quem foram e as lembranças que deixaram.

Dia de Fiéis Defuntos, dos que faleceram
Na paz do Senhor e se elevaram...
Dia de recordar o que fizeram
O amor e amizades que legaram.

Dia de Finados, recordações de tudo
Dos dias bons e menos bons passados
Lembranças que partiram e ficaram;

E dentro da alma um choro mudo
Rostos eternamente recordados
Saudades desses tempos que passaram…

Felipa Monteverde