Não, com certeza eu não me irei matar
Não vou suicidar-me em acto de loucura…
O que escrevo é sem sentido, é um desabafar
Para iludir a minha desventura…
Leio Florbela Espanca…às vezes tento imitar
A poesia dolorosa de que ela é a figura…
Mas não, não penso em me matar
Que sempre nasce o sol após a noite escura…
Leio Florbela… E, como ela, já sofri
Como ela fui capaz de tanto amar e querer bem…
Como ela já chorei, como ela não escrevi
(Que o que escrevo estará sempre mais aquém
Do que o que ela escrevia e que eu já li…)
Mas não quero, como ela, ir tão cedo pro Além…
(Felipa Monteverde)
sexta-feira, 30 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Castelã das dores
Moro num castelo de espuma à beira-mar
Construído com as dores que alcancei…
Pedras tão dolorosas, num penar
Que em mim morava e que um dia arranquei.
Nesse castelo condenei-me a ir morar
Sozinha… jamais a alguém encontrei
Que comigo o quisesse partilhar…
Todos recearam essas dores que mostrei.
Moro em meu castelo, na espuma dolorida
Que envolve os meus sonhos ao luar…
Sozinha vivo bem a minha vida
Não sinto a falta de contigo estar…
Sou castelã das dores na areia ressequida
Onde as vagas dos meus medos me prometem embalar…
(Felipa Monteverde)
Construído com as dores que alcancei…
Pedras tão dolorosas, num penar
Que em mim morava e que um dia arranquei.
Nesse castelo condenei-me a ir morar
Sozinha… jamais a alguém encontrei
Que comigo o quisesse partilhar…
Todos recearam essas dores que mostrei.
Moro em meu castelo, na espuma dolorida
Que envolve os meus sonhos ao luar…
Sozinha vivo bem a minha vida
Não sinto a falta de contigo estar…
Sou castelã das dores na areia ressequida
Onde as vagas dos meus medos me prometem embalar…
(Felipa Monteverde)
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Universo
Desliguei-me da memória que trazia
Presa a um destino triste que renego:
Já sei qual o enigma que escondia
A descolorida cor do teu segredo…
Falaste comigo sem dizer o que devias
Iludiste um nobre amor a que me entrego;
Perdeste-me num sonho em que dormias
Num abraço feito de desassossego…
E eu persegui um sentido tão abstracto
Em que me abstive de te ver e entender
E sabendo que estás em mim imerso…
Desliguei-me de um passado e triste facto
Onde me prendi a ti sem perceber…
Tomando um falso amor por universo…
(Felipa Monteverde)
Presa a um destino triste que renego:
Já sei qual o enigma que escondia
A descolorida cor do teu segredo…
Falaste comigo sem dizer o que devias
Iludiste um nobre amor a que me entrego;
Perdeste-me num sonho em que dormias
Num abraço feito de desassossego…
E eu persegui um sentido tão abstracto
Em que me abstive de te ver e entender
E sabendo que estás em mim imerso…
Desliguei-me de um passado e triste facto
Onde me prendi a ti sem perceber…
Tomando um falso amor por universo…
(Felipa Monteverde)
Desprezo
São desprezo, não digas que não
As tuas demoras, e pronto o jantar…
E eu tão só, cansada de esperar…
São desprezo, compreendo então…
Está pronta a mesa pra servir
Tudo: pratos, talheres e pão…
E é desprezo, não digas que não,
Quando chegas já estou a dormir…
É desprezo, eu sei que é desprezo
O que sentes, o que te inspiro
O que em ti por mim está aceso…
E olhando o jantar arrefecido
Vem-me à ideia, como um grande peso
Teu desprezo, espada em que me firo…
(Felipa Monteverde)
As tuas demoras, e pronto o jantar…
E eu tão só, cansada de esperar…
São desprezo, compreendo então…
Está pronta a mesa pra servir
Tudo: pratos, talheres e pão…
E é desprezo, não digas que não,
Quando chegas já estou a dormir…
É desprezo, eu sei que é desprezo
O que sentes, o que te inspiro
O que em ti por mim está aceso…
E olhando o jantar arrefecido
Vem-me à ideia, como um grande peso
Teu desprezo, espada em que me firo…
(Felipa Monteverde)
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Forte
Nunca pensei amar-te assim tão forte
Forte é o amor que te dedico, meu bem…
Bem te quero e amo e só na morte
Só a morte me separa de ti, mais ninguém.
Ninguém tanto na vida eu quis, és tu quem
Quem eu quero e me quer… minha sorte…
Sorte que eu sinto em mim, como um bem
Um bem que tenho ao te ter, nem na morte.
Nem na morte te deixo, amor, não, não deixo
Não te deixo morrer, antes morro por ti…
Por ti sofro ao te ter, ao te ter como tenho
Como tenho este amor, minha força, meu eixo
Um eixo que faz parte de um todo, aqui…
E aqui me tens, meu amor, meu engenho…
(Felipa Monteverede)
Forte é o amor que te dedico, meu bem…
Bem te quero e amo e só na morte
Só a morte me separa de ti, mais ninguém.
Ninguém tanto na vida eu quis, és tu quem
Quem eu quero e me quer… minha sorte…
Sorte que eu sinto em mim, como um bem
Um bem que tenho ao te ter, nem na morte.
Nem na morte te deixo, amor, não, não deixo
Não te deixo morrer, antes morro por ti…
Por ti sofro ao te ter, ao te ter como tenho
Como tenho este amor, minha força, meu eixo
Um eixo que faz parte de um todo, aqui…
E aqui me tens, meu amor, meu engenho…
(Felipa Monteverede)
Subscrever:
Mensagens (Atom)