Olá, seja bem-vindo.
Este blog foi criado no dia 21 de Janeiro de 2010. Será um blog onde apenas publicarei sonetos, nada mais do que sonetos. Espero que os apreciadores deste estilo de poesia me visitem e comentem, façam críticas, para eu melhorar o que tiver de ser melhorado e me alegrar com o que estiver bem feito. Obrigada. FELIPA MONTEVERDE

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ao luar

Vi o luar cinzento que marcava o meu destino
Nas sombras que conheço muito bem.
Nos caminhos, um pobre e louco peregrino
Gritava amores que eram dores de ninguém…

A lua extinguiu-se, como um sonho clandestino
Que receia ser olhado e aos olhares se abstém.
Nos caminhos, um pobre e louco peregrino
Segue no escuro amores que são dores que ele tem...

Também eu serei a louca, a insana
Percorrendo caminhos e veredas ao luar
Gritando amores… meretriz e leviana

Só por ti… por ti padeço esta vontade de gritar,
De chorar paixões… nesta fantasia lhana
Que é o meu modo de ser e de sofrer por tanto amar…

(Felipa Monteverde)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

É tarde e chove

(Soneto continuado...)

I

É tarde e chove.
Tarde na noite, no dia?
Não sei, que o mar não devolve
Pecados que eu cometia.

Águas profundas, sargaços,
Marés de acre odor, breve
Postal em que abraços
Se trocam… e há neve

Sob a pele que me namora
E sinto frio o meu nome
Sinto-te frio por fora…

Sinto saudades do mar
De praias, águas, da fome
Que nunca quis saciar...


II

É tarde e chove.
Tarde na noite, no dia?
Não sei, que já meu sonho se encolhe
Já a lembrança é bravia

E não obedece ao tempo
Em que a quis renascer.
São sonhos? Divagações e lamentos,
O resto… não sei nem quero saber.

Só sei na pele arrepios
Na lembrança desencantos
E águas mil, os pés frios

E a fome vinda do mar.
Sonho e trevas, com seus mantos
A envolverem-me o olhar…


III

É tarde e chove.
Tarde na noite, no dia?
Não sei, quiçá apenas me move
O medo que te esquecia.

Sonhos, tremores, quebrantos
Ó marés, ó águas mil
Por que me abris vossos mantos
E me atraís ao ardil

Em que me negais ventura
Apenas me aproximais
Cada vez mais da negrura

Em que me afundo e desmaio
Quando vos sinto iguais
Aos abismos em que caio?


IV

É tarde e chove.
Na alma, no tempo, no mundo
E só a treva me envolve
Só seu abraço é profundo.

Sonhos e trevas, compassos
De fadas, monges, promessas
Quebradas nestes abraços
De mar e sal. Velórios, essas

Em que me exponho à nudez
Deitada em caixão vazio
À sombra de dois ou três

(Ou até de quatro) mastros
De um assombrado navio
Que se perdeu dos meus braços…

(Felipa Monteverde)

domingo, 9 de maio de 2010

Ausência

Na existência de uma vida torturada
És tu o meu carrasco… meu algoz…
E há ausência de sentidos, onde nada
Se move, por temor à tua voz…

Existência sem ser vida… onde após
As lembranças, resta a madrugada…
Vãs e eternas ilusões, numa toada
Em que se vive a dois, sem sermos sós…

Será que reconheço esta existência?
Será que é comum esta ausência
Presente em nós… em mim… em ti?

Recordo vagamente… tenho a ideia
De um dia entrar numa cadeia
Onde o tempo parou… parou… e eu não vi…

(Felipa Monteverde)

Sol-posto

No dia em que te vi, o sol nasceu
O mundo se encheu de luz e cor
Teus olhos tinham a cor do amor
Teu rosto, feito luz, resplandeceu…

Quando olhei para ti, me pareceu
Que tinha à minha frente um esplendor,
A ofuscante e radiosa luz do amor…
Era tal como ver os anjos do céu!

No dia em que te vi, me enamorei
Desse brilho que emanava do teu rosto,
Na luz do teu olhar eu me ceguei…

Quando olhei para ti… tive o desgosto
De tu seres tudo aquilo que sonhei
E para ti eu não ser mais do que sol-posto…

(Felipa Monteverde)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Hoje é o dia do meu aniversário

Photobucket

Hoje é o dia do meu aniversário
Um dia bem feliz, que passarei
De um modo nada extraordinário
Mas junto dos amores que alcancei.

Terá mais uma conta o meu rosário
Em que vou contando os dias que passei
Lentamente caminhando ao calvário
Carregando uma cruz que abracei...

Mas sou feliz, imensamente, tão feliz...
Jamais poderia deixar de o ser
Ao ver em que consiste a minha vida:

Amor, família, amigos, bens que quis...
São, sobretudo, razões para viver
Contente, sempre a Deus agradecida...

(Felipa Monteverde)

Obrigada, amiga Helô, pelo miminho.